Não há nada melhor do que um bom livro
Este foi talvez o maior conselho que recebi de Alexandre Motta, na época Sub-Tenente de Artilharia do Exército no TG 02-063 de Presidente Prudente. Teve colaboração ímpar na minha formação, sendo a primeira pessoa que me orientou a ir atrás dos bancos de dados SQL. Mais que isso, me encorajou a ser um usuário GNU/Linux, me livrando daquele outro sistema operacional. Foi também quem me deu o primeiro livro de programação, um de PHP, que está empoeirando na minha prateleira à espera de um leitor melhor.
Já comentei não só aqui mas em outros ‘canais’ que o tempo no exército foi o período que mais aprendi e ganhei maturidade em toda minha vida. Aprendi a ter auto-disciplina, trabalhar em equipe, entregar resultados dentro de padrões exigidos, cumprir horários e tantas outras coisas. Tudo isso serviu de estímulo para voltar á faculdade.
Muitos não sabem, mas desisti da faculdade de Estatística duas vezes. Na terceira tentativa levei em consideração os ensinamentos aprendidos no ano anterior. Me lembrei de quando perguntei ao Sub-Tenente por onde começar a estudar programação, obtendo como resposta: “Não há nada melhor do que um bom livro”.
Levei essa frase a sério e isso me fez aprender a estudar de verdade. Antes disso eu não tinha a menor ideia de como fazê-lo. Sempre odiei estudar! Para se ter uma noção, durante o colegial meu pai se esforçou muito para que eu tomasse uma atitude e entrasse na faculdade. Neste tempo a única coisa que eu queria era jogar Diablo II e WarCraft III. Recuperação na escola era de praxe. Os argumentos de meu pai para me convencer à estudar o mínimo que fosse eram fantásticos:
“Cara, nos seus jogos não tem os portais e fases? Então, a vida é desse jeito também. Atravessa o portal do vestibular e dá um ‘save’. Mas você tem que chegar lá para ‘salvar’ o jogo.”
Quando esse tipo de conversa não resolvia, ele simplesmente sumia com o cabo de energia do computador e foda-se.
De volta à faculdade pela terceira vez, pós Tiro de Guerra, ao me matricular nas disciplinas a primeira coisa que fazia era vasculhar a ementa do curso. Depois, tentar de todas maneiras obter os livros da bibliografia básica. Normalmente na primeira aula o professor dizia qual livro adotaria como base. Pronto! Só pegar o livro e ler, me libertando assim das limitações do professor, expandindo o meu entendimento sobre o assunto.
Não critico os professores, é só como nosso sistema de ensino funciona. Ao ministrar uma aula deve-se condensar a mensagem para turma de 20~30 alunos, logo, a mensagem transmitida não é personalizada individualmente. Buscar o conhecimento por si é o caminho que te possibilitará obter entendimento diferenciado e único.
Mergulhar fundo num bom livro antes de sair igual louco fazendo cursos online e ler blogs ou tutoriais por ai, pode ser uma ótima ideia. Os blogs e cursos online serão apenas um complemento para uma sólida base teórica. O caminho não é fácil, mas muitas vezes é recompensador e de acesso ilimitado.
Acredite, para os problemas mais bacanas, “cookbook” de blog algum resolverá (talvez uma pequena parcela) . Sendo assim, se deseja conhecer Estatística, Machine Learning e/ou Python, tenho uma bibliografia supimpa de livros que posso sugerir, mas não tenho condição alguma de lhe dizer qual caminho seguir ou o que deve aprender/fazer, isto cabe a você.