Finalmente! Um tempo para voltar a escrever, estava com saudades. Foram alguns meses de adaptação à cidade, casa e ao emprego novo. Neste período, muita coisa aconteceu, me parecendo que tudo está acontecendo cada vez mais rápido, fugindo do meu controle. A reflexão atual é se de fato tive controle de algo em algum momento. Indo mais além: deveria me preocupar com isso? Ter controle?

Recentemente postei uma foto no Instagram, pela primeira vez me toquei que estou envelhecendo. Não daquela perspectiva de “Cacete! Como você está velho!”. Não se tratava dos traços de envelhecimento visuais que há pouco não notava, mas sim ao que diz respeito de pensamentos e experiências vividas. Mais do que meu corpo, minha mente está mudando (envelhecendo). Não sei dizer se isso é bom, ruim ou “Foda-se! Quem liga?”. Se trata apenas de um fato que acabei percebendo, meio sem querer entre uma cerveja e outra.

Talvez seja apenas uma fase. Bem, não poderia deixar de registrar isso no livro do Guru.

Na realidade tenho me acostumado com a ideia de que os picos de felicidade são os responsáveis por manterem a média da vida estável. Em outras palavras: eventos raros que nos enchem de júbilo compensam a infinidade de coisas infelizes que nos deparamos durante a incessante rotina. Como cheguei nessa linha de pensamento? Bom, conto um pouco mais a seguir.

Talvez desde antes de sair da faculdade eu estivesse atrás de um trabalho que eu curtisse de verdade e me deixasse realizado com aquilo que fosse fazer, seguindo o clichê: “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”.

Spoiler alert: Puta mentira! Não caiam nessa, Millennials!

O começo desta ruptura se deu quando tomei a decisão de trocar de emprego e mudar de cidade, mais uma vez. Passei a encarar o trabalho como algo necessário (afinal é isso que paga os boletos mês a mês). Tal mudança me fez perceber, como qualquer outro Yuppie, estava depositando minhas expectativas nos lugares errados. Mapeado isso, resolvi direcionar para outro lugar. Hobbies!

O trabalho deve ser levado com seriedade, afinco e muita responsabilidade, nada muda em relação a isso. Se trata da expectativa inserida nessa atividade que toma mais de 8 horas do seu dia. Dificilmente tal atividade fornece doses diárias de entusiasmo (ou motivação) para sair saltitando depois de um longo dia. São algumas conquistas pouco corriqueiras que nos trazem regozijo neste meio (muitas vezes sem reconhecimento de terceiros).

São os hobbies que trazem essa motivação, servindo muitas vezes de combustível diário. Sendo praticado por prazer e não recompensa monetária. Assim, tenho buscado focar minha atenção e expectativas em outras coisas: leituras que não sejam correlatas ao meu trabalho, confraternização entre amigos, passeios com a Kira, curtir música enquanto deitado, games, seriados, etc.

Logo, o trabalho fica no lugar dele e está feito! Missão cumprida! Sem essa de respirar o dia inteiro a mesma coisa, chega! Estes cuidados estão tornando minha vida mais simples e fácil de ser encarada, bem como os picos de felicidade mais intensos. Acredito que isso se deve à diminuição das expectativas, me surpreendendo mais. Fazer o que deve ser feito no devido tempo, separando as coisas, sem dúvida tem aplainado meus caminhos, trazendo melhor qualidade de vida.

Ao final, não pretendo ser um velho rabugento que repete para si: “A vida é uma merda!”. Apesar de ter dito isso inúmeras vezes, é algo que estou pouco a pouco aprendendo a lutar contra. Minha estratégia tem sido maximar os poucos picos de alegria, mesmo que a tendência seja negativa. Fica a sugestão para quem está passando pelo mesmo.