Dia 20/08/2019 farei um ano de Grupo Boticário, em CRM. Os mais próximos sabem que este foi o maior período que permaneci na mesma cadeira.

Ansioso que sou, inúmeras vezes questionei o caminho que estava trilhando: “Será que fiz a movimentação certa? E se voltasse à São Paulo? E se voltasse à Prudente? E se voltasse para faculdade”. No meio de tantos “se”, me lembrei de uma frase agilista: “Pare de começar, comece a terminar!”.

Tentei recordar qual seria a primeira coisa que eu realmente fiz de ponta à ponta, passando por: natação, katatê, kung-fu, baseball, futebol, academia, bateria, violão, informática, inglês, etc. A lista é longa e tudo acabou sendo passageiro, senão pelo exército, não havendo a possibilidade de desistir no meio. Depois disso, a faculdade de Estatística, um baita parto, mas também consegui finalizar. Mas e o mercado de trabalho? E minha carreira? Pois bem, em menos de dois anos formado passei por:

BI - Tapps Games Pré Vendas - SAS Institute Consultoria - SAS Institute CRM - Grupo Boticário

É, sintomas muito parecidos do que tinha em minha adolescência. Uma busca desesperada de encontrar “o que gosto”, nunca terminando nada.

Poderia parecer uma carreira em ascensão, com futuro interessante. Mas na verdade seria pouco sustentável ao longo prazo, sendo superficial em tudo: negócio, rotina, sistemas, tecnologias e principalmente em relacionamentos. Caiu minha ficha! A cada salto que dei, a possibilidade de cultivar relacionamentos foi descartada.

Assim, refleti: “Bom, se tem coisas que não gosto, ao invés de sair e procurar algo melhor, por que não ajudar a mudar as coisas por aqui? Por que não ajudar a melhorar aonde estou? Por que não encarar tudo isso como time?! Será que há mais pessoas assim?”.

Reli algumas vezes Picos de felicidade para me convencer do que escrevi, misturando com uma sensação nova que acabara de surgir. Era o momento de me posicionar. A vontade de fazer dar certo cresceu. A busca por um novo tipo de conhecimento surgiu. E para facilitar, as pessoas certas já estavam por ali, perto de mim, o tempo todo.

Nos últimos 6~7 meses sinto uma mudança tremenda. Podendo levar a vida um pouco menos a sério, fazendo mais coisas e mantendo todas entregas em dia. É bom sair do trabalho sabendo que pouco a pouco as coisas estão mudando, melhorando. O corpo fica mais leve, a alma mais calma. Posso até me enxergar no longo prazo, finalmente as coisas fazem sentido e a ansiedade passa.

O gatilho para essa transformação foi minha saturação sobre o tema “ciência de dados”, não aguento mais. Buscando mudar um pouco de literatura, comecei a ler sobre entrega contínua, scrum e DevOps. Pude aplicar alguns conceitos no meu TCC da Pós Graduação, onde um protótipo da Sibyl foi implementado em pouco menos de três meses.

Hoje, faço questão de mesclar todos esses temas em minha rotina, ganhando produtividade e sinergia com meus companheiros de time. Ainda há muito o que ser trabalhado, baita desafio que me engaja ainda mais.

Neste tempo aprendi que o reconhecimento vem, sendo perseverante, sem a necessidade de saltar para outro lugar. O legal é construir a estrada, não apenas passar por ela. Mais do que isso, aprendi a jogar fora da posição pelo bem do time. Obrigado pela lição, Rafa.

No fundo, sinto um novo despertar. Como aquele primeiro, em relação à faculdade e toda a mudança que ocorreu em minha vida, abrindo meus olhos para algo completamente novo. Não achei que aconteceria de novo, que surpresa boa!