Levou um tempo, mas chegou o momento de colocar os pensamentos em ordem e por consequência, escrever. Neste momento estou quase há três meses de volta ao mercado de trabalho, isto é, trabalhando como CLT em uma organização. Um pouco mais distante do calor e imersão, tenho refletido sobre os acontecimentos de 2023, principalmente para me ajudar nos próximos passos no ano que se aproxima.

Entre os dias 15/05/23 a 03/09/23 me dediquei integralmente ao Téo Me Why. Foi o momento que mais gerei conteúdo na internet, totalizando 238 horas de conteúdo ao vivo. Junto a comunidade e ao Instituto Aaron Swartz, fizemos diversos treinamentos abertos:

Machine Learning do início ao fim;

Introdução à programação Python;

Desbravando Pandas;

Estatística básica;

Contando com outros projetos como:

DataSUS

Dota2, prevendo The International

Aprendizado com Go Lang

Você pode conferir todo conteúdo aqui: github.com/teomewhy

Tive muito prazer em compartilhar conhecimento, histórias e risadas com o público ao vivo. Era uma energia muito bacana, reconhecendo diariamente as pessoas no chat pelo nick. Esse clima de descontração e desafios nos abriu portas até para o programa University Alliance do Databricks. Talvez esta tenha sido a maior conquista que tive como criador de conteúdo, graças ao público que foi até as redes sociais, engajando, para que a parceria desse certo.

A maior dificuldade sempre foi trazer mais pessoas até o canal. Tenho muita dificuldade em “vender”. Pelo menos vender prometendo coisas absurdas, gerando gatilhos, trazendo para um formato de “vendedor de curso ideal”. Mesmo que meu produto ao vivo seja 100% gratuito, nunca me senti confortável com esta abordagem. Meu tesão é em ajudar as pessoas com o que sei, divulgando conhecimento que aprendi (e ainda aprendo) ao longo dos anos de academia e carreira no mercado.

Com o tempo, me vi preso ao celular acompanhando os números nas redes sociais, avaliando o que outros criadores estavam fazendo para atrair o público, que tipo de modelo de negócio eu poderia definir, passando horas editando cortes para caber em reels e TikTok, etc. Me senti na responsabilidade de “fazer dar certo”, ou seja, não era apenas ensinar para mudar a vida das pessoas, mas sim para que eu conseguisse escalar.

Sabe aquela velha história de “fazer para um ou para um milhão, não importa, eu vou fazer”. Na materialidade do dia a dia, não é bem assim. Para eu conseguir alcançar meus objetivos financeiros, dando mais conforto para minha família, escalar é necessário. Isso só vem com muito planejamento, estratégia, tempo e risco. Comecei a perceber que não seria com o ensino que eu conseguiria atingir meus objetivos financeiros. Pelo menos não no formato gratuito ou próximo disso, e sem propagandas alavancadas com falsas promessas e de caminho fácil.

Foi neste momento de frustração que fui convidado a retornar ao mercado. Não é fácil abandonar este projeto, ou pelo menos colocá-lo em “modo de espera”. Tomei a decisão com a consciência de que a rotina seria totalmente diferente, não teria mais tempo para me dedicar com a mesma intensidade. Na verdade, tenho dificuldade no malabarismo das horas do meu dia. Afinal, 24 parecem poucas para lidar com trabalho, família, lazer, projetos paralelos e saúde mental.

Se há três meses eu sofria pela insegurança financeira, hoje a frustração é de não conseguir conciliar as atividades, deixando o projeto parado. Estou tentando focar longo prazo, construindo uma reserva de capital que possibilite voltar ao projeto sem a preocupação de “gerar dinheiro”. Não sei se é o melhor plano, mas é o que tenho em mãos no momento.

Escrevi todo este texto para dizer que as principais lições deste processo são:

Não devo colocar expectativas de propósito de vida em meu trabalho

Não devo colocar expectativas de ganho financeiro em meu projeto de educação

Mesmo sabendo que não é fácil, creio que no momento que eu conseguir seguir com essas ideias, meu coração ficará em paz.

Gostaria de agradecer ao time do Databricks pela parceria (Victor e Catherine), que até hoje viabiliza a liberação de dados para nossa comunidade. Com certeza, algo que possibilitou perseverarmos foi o apoio incrível do Vinícius Caridá, com cupons da AWS, ajudando diretamente nos custos. Leandro, muito obrigado por ajudar financeiramente em vários momentos, tanto o Téo Me Why, quanto o Instituto Aaron Swartz, impacto absurdo!

Obrigado ao Instituto Aaron Swartz por toda a parceria, apoio e incentivo, que tenhamos mais tantos outros projetos juntos. Yukio, você é um cara excepcional e merece tudo de bom que o mundo pode oferecer, obrigado por todo apoio, incentivo e indicações. Adriana, obrigado por lotar minha agenda de aulas, ajudou demais nas contas.

Aproveito para agradecer todas as pessoas que apoiaram e continuam apoiando o projeto. Cada Sub, Pix, doação no Apoia.se e mensagens nas redes sociais contam muito, até hoje. Sinto muito não conseguir continuar entregando o que vínhamos construindo. Espero voltar em breve.